domingo, 18 de outubro de 2009

OS JOGOS


Segundo Piaget os jogos classificam-se em:
- Jogos de exercício
- Jogos simbólicos
- Jogos de regra
- Jogos de construção
O jogo de exercício é um jogo sensório-motor. A inteligência sensório-motora se
determina em presença do objeto, das situações, das pessoas e tem como instrumento a
percepção. Por exemplo, quando o bebê bate no
palhacinho do berço pelo simples prazer de tocá-lo. Em crianças maiores, quando se pula
um córrego pelo simples prazer de saltar e tornar a pular. Andar pulando, alternando os pés
no paralelepípedo.
Na criança, o jogo de exercício é o primeiro a aparecer.É um jogo inicial motor, que é
fundamental à própria formação, ao aparecimento do símbolo na criança.
O jogo simbólico tem início quando a criança entra no período simbólico ou semiótico, o
que ocorre por volta dos 2 anos de idade.
jogos simbólicos são a ponte
para a operação com significados.
“As funções do jogo simbólico afastam-se cada vez mais do puro exercício: a
compensação, a realização de desejos, a liquidação de conflitos etc., somam-se
incessantemente ao simples prazer de se sujeitar à realidade, a qual prolonga, por si só, o
prazer de ser causa inerente ao exercício sensório-motor” (Piaget, 1978).
Brincar de
médico, de casinha, imitar animais, são exemplos de jogos simbólicos.
O jogo de regras resulta da organização coletiva das atividades lúdicas. Aos jogos
simbólicos sobrepõem-se no curso do desenvolvimento, esta terceira grande categoria, o
jogo de regras. A regra é imposta pelo grupo e de tal sorte que a sua
violação representa uma falta.São exemplos de jogo de regras: o jogo de bola de gude,
charadinhas, “A Linda Rosa Juvenil”, jogos de mesa como xadrez, damas,
ludo, jogo da velha, entre tantos outros.
O jogo de construção ou criação é também fundamental por assinalar uma “transformação
interna na noção de símbolo, no sentido da representação adaptada. Quando a criança, em
vez de representar um barco com um pedaço de madeira, constrói realmente um barco,
escavando a madeira, plantando mastros, colocando velas e acrescentando-lhes bancos,
significante acaba por confundir-se com o próprio significado, e o jogo simbólico com
uma verdadeira imitação do barco” (Piaget, idem).
Assim ocorre com os jogos de papéis, de dramatizações, de teatro. Sai-se do jogo na
direção da imitação e do trabalho.
Para nossa criança, o trabalho com jogos é essencial. Através do jogo deve ser o principal
instrumento de aprendizagem. Deve-se
aprender a trabalhar com os jogos, ou seja, com o brinquedo, para ajudar a criança a se
desenvolver.
O pedagogo, portanto, tanto quanto o terapeuta infantil, deve estar preocupado e,
intencionalmente, deve incluir o brinquedo em seu dia-a-dia. Para crianças menores, por
exemplo, os jogos de exercício e simbólicos são os essenciais. Os jogos de regra devem ser
muito simples, como pular amarelinha, pular corda
e outros, que não exijam da criança um tempo grande de concentração sentada. O tempo de brinquedo livre é fundamental na vida de toda criança.
E brincar de forma direcionada não significa interferir no brinquedo ou na fantasia da
criança, mas possibilitar o brinquedo.

O lúdico e o imaginário exerceram papel fundamental na evolução da sociedade, da
civilização. No entanto, a
imaginação não se limita a reproduzir a realidade, as experiências anteriores, mas, a partir
dela, é possível criar combinações completamente novas dentro da realidade. E que há a
influência de fatores emocionais, da linguagem interior, dos sentimentos. Imaginação e
emoção estão ineterligadas, pois todas as formas de manifestação criadora trazem
elementos afetivos.

REFERÊNCIAS
- ABERASTURY, Arminda. A criança e seus jogos. RJ, Petrópolis: Vozes, 1972.
- FERNANDES, Florestan. Folclore e mudança social na cidade de São Paulo. Petrópolis,
Vozes, 1979.
- MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2003.
- PIAGET, Jean. A formação do Símbolo na Criança. RJ: Zahar, 1978.
- VYGOTSKY, L.S. Formação Social da Mente. SP: Martins Fontes, 1989

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